Proposta de acordo feita pelo MP-BA não agrada professores grevistas

13/07/2012 08:34

Proposta de acordo feita pelo MP-BA não agrada professores grevistasOs professores estaduais, em greve há 93 dias, não receberam com agrado a proposta do termo de acordo elaborado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), e apresentado nesta quinta-feira (12), com o objetivo de retorno do ano letivo.
Após a reunião com o MP-BA, o comando de greve conversou por cerca meia hora em portas fechadas. O coordenador do sindicato da categoria, Rui Oliveira, afirma que não há "muita" alteração na proposta. "Deixa a desejar no que diz respeito a coisas ambíguas, como readimissão dos demitidos. Diz que vai rever, vai analisar, mas não diz que vai readmitir. É muito insuficiente e nós achamos que a greve deve continuar. Mas a categoria soberana vai deliberar amanhã [sexta-feira], às 10h, na Assembleia Legislativa [da Bahia]", acrescenta o sindicalista, pontuando a realização da próxima assembleia geral. Por volta das 20h desta quinta-feira, o comando de greve voltou a se reunir para discutir a proposta.
O governador Jaques Wagner não participou da reunião com o MP-BA e os professores, porém concedeu coletiva à imprensa para comentar o assunto. Ele reiterou o pedido para que as aulas recomecem na segunda-feira (16), elogiou a intermediação do MP-BA, junto com o Tribunal de Justiça (TJ-BA), para o fim da greve, e abordou a expectativa em relação ao próximo encontro dos professores.
"Espero que a partir de segunda-feira o direito dos alunos de estudar possa retornar. Aquilo que foi proposto pelo MP eu estou acatando; a antecipação [do reajuste] e a inclusão do estágio probatório nas promoções. São mais de R$ 23 milhões. É praticamente R$ 10 a 11 milhões que estava previsto na primeira proposta. Insisto para que os meninos possam concluir [o ano letivo]", disse o governador.
Na proposta do MP-BA, os 22% de reajuste não seriam pagos este ano como querem os professores. Os dois avanços de 7% ficam mantidos - o primeiro em novembro e o segundo seria antecipado de abril para março, de 2013. Os professores em estágio probatório, aprovados em concurso, mas que ainda não têm estabilidade, estariam incluídos nas promoções. As punições aos professores seriam revistas e o pagamento dos salários cortados estariam condicionados a um plano de reposição de aulas.