Consolidado como “verdadeiro museu a céu aberto no sertão baiano”, o Parque Estadual de Canudos(PEC), com uma área de 1.321 hectares, que resguarda valiosos sítios históricos, arqueológicos e antropológicos, vem ganhando a cada dia novos incrementos. Prova de que Canudos é um exemplo da bravura e resistência da população sertaneja. Segundo o professor Luiz Paulo Neiva, Pró-Reitor de Planejamento da Universidade do Estado da Bahia(UNEB), um dos responsáveis pela implantação e manutenção do PEC, “o legado de Canudos, objeto de interesse nacional e internacional, constitui-se, de fato, em marco fundamental da história do Brasil”. Recentemente o PEC foi beneficiado através de uma Emenda Parlamentar da senadora baiana, Lídice da Mata(PSB), que constitui no “Projeto de Implantação de Equipamentos de Museográficos nos Cenários da Guerra”, onde estão sendo colocados na área interna do parque, 16 painéis de vidro. O projeto está sendo produzido, nesta primeira etapa, pelo fotógrafo e documentarista, Claude Santos.
Os painéis contêm imagens em preto e branco de filhos ilustre de conselheiristas, produzidos por renomados fotógrafos como, Pierri Verger, Evandro Teixeira, Antonio Olavo, Antenor Júnior, Claude Santos, bem como, imagens do artista plástico Trípoli Gaudenzi, além do mapa do “Arraial de Canudos” do coronel Siqueira Menezes. Esses equipamentos estão sendo colocados em locais marcados pela história da guerra, como, no alto da favela, próximos ao vale da morte, local que serviu de acampamento militar e hospital de sangue. Na semana passada as filhas de João Reginaldo de Matos(in memoriam), um dos maiores depoentes da Guerra de Canudos, Júlia Maria dos Santos(de vermelho), Ana Maria dos Santos e o professor Luiz Paulo Neiva, estiveram no PEC e, conseqüentemente, visitaram um dos locais onde foram colocados parte dos painéis. Elas se emocionaram muito, quando se aproximaram de um dos painéis onde foi colocada a imagem de seu pai.
Outro empreendimento importante que vem acontecendo na área do parque é o reflorestamento nas regiões semidesérticas. Segundo informação do professor Neiva, a UNEB conseguiu com a Companhia Hidrelétrica do São Francisco(Chesf), cerca de 1.000 mudas de plantas nativas d’os sertões, e, que existe um planejamento para o plantio de mais 10 mil mudas. Durante uma das pesquisas intensas realizadas pelo “Projeto Canudos”, co-financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia(Fapesb), foram detectadas na área do PEC cerca de 120 espécie de plantas do bioma caatinga, sendo que, a maioria das plantas existentes são de espécie pau-de-rato, também conhecidas como caatingueiras.
PROJETO OS SERTÕES
A 15ª Edição do “Projeto OS SERTÕES”, previsto para acontecer em novembro, deste ano, terá nova oportunidade de ampliar os conhecimentos dos 200 congressistas que participarão do evento. Além de contar com as instalações dos painéis, os participantes terão a oportunidade de ver o parque mais sinalizado e dotado de nova infra-instrutora adaptada às condições de pesquisas e incremento do turismo, fornecendo, inclusive, elementos importantes para atividades pedagógicas na área onde acontecerão debates e palestras in loco, beneficiando estudantes, professores e historiadores da região e, de outras partes do país. A memória e as marcas da Guerra de Canudos, é um dos mais importantes fatos da história do Brasil, ocorrido nos sertões da Bahia na segunda metade do século XIX. Atualmente o Complexo Histórico de Canudos é formado por dois importantes equipamentos: o Parque Estadual de Canudos e o Memorial Antônio Conselheiro(MAC). Esses equipamentos são administrados pelo Departamento de Ciências Humanas e Tecnológicas – DCHT XXII, sediado em Euclides da Cunha, e, que atualmente é dirigido pelo professor Edson Barreto.